domingo, 15 de agosto de 2010

Love is in the air

“Love is in the air (everywhere I look around)”
“Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor”
1ª carta de Paulo de Tarso aos cristãos da cidade de Corinto,
Grécia, ano 64 da era cristã; Capítulo 14, verso 1
Se o amor está no ar, como diz a música do título acima e se como escreveu Paulo o amor permanece como o maior dos dons, devo concluir que o ar está meio rarefeito por aqui e a capacidade de os homens buscar os dons mais excelentes deixou de existir.
Basta correr os olhos sobre as páginas dos jornais, ou assistir os noticiários na TV ou ouvi-los nas emissoras de rádio para constatar que o amor, o romance, aquele “quê” que inspirava os homens comuns a enaltecerem suas musas virou coisa de antologias poéticas ou contos de fadas,
As mulheres antes comparadas às flores em suas múltiplas formas e odores tornaram-se alvo da repulsa, barbárie, grosserias e agressões por parte do sexo oposto. É custoso entender a contradição, senão vejamos: Como e possível que o outrora objeto de inspiração de poetas, romancistas, compositores e assunto das rodas de conversa do sexo forte possam agora serem tratadas a toque de xingamentos, tapas, pontapés, tiros, golpes de machado, facão, esquartejadas e lançadas aos cães para serem por eles comidas?
Nas poucas prosas que circulam por aí, vemos as mulheres sendo tratadas como cachorras, safadas, melancias, morangos, jacas, etc. As flores viraram frutas. Ao vê-las tratadas assim custa-me acreditar que os tais que assim procedem gostam mesmo de mulher. Aliás fica difícil até acreditar que tenham nascidos de uma. Mas, enfim.
Talvez o apóstolo Paulo já antevisse esta catástrofe ao escrever em capítulos anteriores do livro citado acima, quando ali escreve que “bom seria que o homem não tocasse em mulher”, pois ao ver multiplicarem-se pelo mundo afora os “mizaels” e os “brunos”, fico a perguntar: “ Is Love in the air yet?” Existe ainda lugar para o amor escrito por Paulo lá em I Coríntios, diante de tanta barbárie? Torço para que se multipliquem as vozes que digam SIM. Que digam que ao buscar em Deus a resposta a minha pergunta acabaram por achar o mais excelente dos dons: O AMOR.
CARLOS AUGUSTO FERREIRA SACRAMENTO
é Professor de Geografia e História da Rede Municipal de Ensino
na Cidade de São Paulo


Nenhum comentário:

Postar um comentário